28.1.13

Me molda pra então me usar.

Coloquei laço em tudo pra deixar mais poético, esperei até que fizesse sentido pra mim mesma, torci (mas não com força o suficiente) pra sonhar com qualquer outra coisa. Dormi e acordei esperando qualquer luz, pois estava amável/desesperada-mente confusa. Há duas e muitas mais maneiras de acordar pensando em alguém e vivenciei as duas e muitas mais maneiras nas últimas semanas. Fui de adoravelmente surpresa para puta-que-pariu-tô-ferrada em pouco tempo, e estava cheia demais de amargura e medo pra falar demais sobre isso, penso que falar é transformar tudo definitivamente real. Me finjo de realista embora seja um poço de pessimismo que segue suspirando e bodejando palavras de encorajamento enquanto não apalpo e nem acredito em nada que sai da minha boca. E que seja e que continue assim, cada qual com seu turbilhão secreto e seu sorriso falso. É o que tem pra hoje.

Botei o menino dele pra tocar e primeiro constatei que gostava, que não seria alguém pra se ouvir e sofrer a ausência quando terminássemos o que não começaríamos. Até que me peguei cantarolando aqueles versos pra ele e querendo que existisse amor pra ser real enquanto estivéssemos em silêncio. Gosto de aproveitar nossos momentos de silêncio, mas gosto mesmo é daquela voz. Quando baixinha e preguiçosa, então... Nesses momentos me aceitava enquanto infinitamente screwed por só Deus sabe quanto tempo. Fiquei meio receosa pois chorei pelas razões erradas no Janeiro passado e queria muito que esse primeiro mês do ano doesse menos. Foi aí que acordei diferente no último domingo.

Eu não sou muito especial em nada e nem sequer sei porque ele insistiu por minha companhia, mas eu sempre estaria lá porque simplesmente adorava a dele. Com piadas ruins e dores nas costas, sorriso bolado e sono, tava lá de todo modo, porque eu sabia que riria, que ele iria segurar minha mão mesmo estando soada e soprar meu rosto quando eu estivesse com calor. E fazer caras engraçadas. E me beijar no meio de um sorriso... É como se tivesse vindo me visitar trazendo uma surpresa maravilhosa. Ele tem todo o direito de ir embora, mas eu quero tanto que ele fique. Gastei tanto tempo desejando algo real sem saber que eu tenho algo real. Eu tava lá, ele também tava e a gente chovia...

14.1.13

Senta aqui que hoje eu quero te falar

Acordei com um vazio, sei lá de quê, até lembrar que era fome. Durante horas quis que fosse, mas é que simplesmente me entupi de pão de queijo e tô pior ainda. Não sei se preciso de alguém ou qualquer coisa especial pra não me sentir um poço. Talvez eu só precise de um pênis.

and I was oozing with sticky sweet love.

Deixa só eu postar essa frase aqui fora de lugar, pelo fato de eu ter quase me esquecido como é  achar que qualquer paixonite de esquina vai me desmontar por completo, mesmo sabendo que dura no máximo uma semana. Ou duas. Só sei que dá saudades e eu sonhei com ele uma, duas, três vezes. Tá ficando um saco. Não é como se eu precisasse ou como se ele fosse importante, porque honestamente.. nem é. O problema é que eu queria ter alguma coisa pra ser indubitavelmente real. Que ninguém fosse gay, que ninguém fosse embora, que ninguém dissesse coisas legais só pra entrar nas minhas calças. Precisa mentir não, fala a verdade que eu digo não e todo mundo vai pra casa e talvez alguém ainda consiga uma gata. E sei lá, quem sabe alg(éu)m se convence e leva um pênis (e o dono) pra casa.

Só que mentira ferra com tudo. Porque eu tava numa boa até perceber que eu queria que fosse verdade, porque como eu disse, eu preciso de algo pra ser de verdade, cara. Mas coisas boas, pelo menos uma vez: de coisa ruim o ano passado foi tão cheio que até dava pra dar uma maneirada nesse, já imaginou? É só uma idéia. Oops, nem o chrome aceita mais minhas idéias com acento. Ideia. Que seja, então.

Mas sério, bem que algumas coisas poderiam dar certo esse ano. Certamente não vai ter Los Hermanos, Cícero, Marcelo Camelo pra cantar pra mim e aliviar a barra de um ano daqueles.Talvez só tenha sido tão ruim porque eu tava ocupada querendo não ter crises existenciais enquanto eu tentava lidar com as que eu estava tendo de fato. Ser do tipo que fica mal por estar triste não é saudável, vá por mim. Massa é não sorrir quando não quiser e se eles quiserem compreender, que compreendam. Ninguém vai estar lá quando eu quiser mergulhar de cabeça no azulejo cinzento enquanto escuto aquela música que geralmente me fazia feliz mas é que eu odeio despedidas.  Mas foi bom de encontrar lá em cima...